Introdução
A possibilidade de parcelar compras e pagar a dívida do cartão de crédito só no mês seguinte pode ser tentadora. No entanto, é importante estar ciente de que essa praticidade pode se tornar um descontrole financeiro, principalmente porque a dívida do cartão de crédito está entre as mais caras do mundo. Deixar a dívida acumular é uma armadilha para a saúde financeira, pois a taxa de juros do rotativo do cartão é altíssima. Neste artigo, vamos explorar estratégias para negociar a dívida do cartão de crédito e evitar o endividamento.
O que acontece se não pagar o cartão de crédito?
A resposta é simples: você pagará juros altíssimos no caso de não pagar o cartão de crédito. Atualmente, quem não consegue pagar o valor total da fatura e decide empurrar a dívida para frente utiliza o chamado rotativo do cartão de crédito, que possui taxas que superam os 1.000% ao ano. A cada mês, são cobrados juros sobre juros, gerando uma bola de neve financeira.
Para ilustrar essa situação, vamos considerar um cenário hipotético com uma dívida de R$ 1.000,00 e uma taxa de juros de 12% ao mês. Em apenas três meses, a dívida saltaria para R$ 1.405,04, um aumento de mais de 40%. Essa rápida escalada da dívida demonstra como ela pode se tornar impagável.
O ideal é evitar ao máximo entrar nessa bola de neve. No entanto, se você já está endividado, existem estratégias que podem te ajudar a sair dessa situação.
Vale a pena parcelar a fatura do cartão de crédito?
Quando você decide parcelar a fatura do cartão de crédito, o que muda é que o cliente não pode mais adiar indefinidamente a sua dívida e agora tem mais uma opção de financiamento. No entanto, é importante analisar se o parcelamento é a opção mais vantajosa.
A taxa de juros do parcelamento pode variar entre 0,99% a 9,99% ao mês, dependendo da administradora do cartão. No entanto, é importante destacar que poucas pessoas conseguem as taxas mínimas, sendo mais comum ficar próximo dos 9,99%.
A tabela abaixo mostra as taxas médias de juros para o rotativo do cartão de crédito nas principais instituições financeiras:
Instituição Financeira | Taxa de Juros Mensal | Taxa de Juros Anual |
---|---|---|
Banco do Brasil | 13,19% | 342,40% |
Caixa Econômica Federal | 10,82% | 243,01% |
Banco Safra | 13,02% | 334,33% |
Banco Itaucard | 13,26% | 345,56% |
Banco Santander | 13,61% | 362,36% |
Banco Bradesco | 13,17% | 341,13% |
BV Financeira | 18,30% | 651,47% |
Banco Original | 18,49% | 665,53% |
Omni | 22,54% | 1.046,72% |
(Fonte: Banco Central, agosto de 2022)
Essas altas taxas de juros são aplicadas devido ao risco de inadimplência. As empresas precisam precificar esse risco aumentando os juros cobrados.
O que fazer se não tenho como pagar a dívida do cartão de crédito?
Deixar a fatura do cartão de crédito em aberto é uma péssima ideia, pois os juros são altos e a dívida irá aumentar exponencialmente. Caso você se encontre nessa situação, é importante entrar em contato com seu banco ou com o emissor do cartão e tentar negociar a dívida.
A seguir, apresentaremos um passo a passo sobre como quitar uma dívida de cartão de crédito.
1. Saiba exatamente quanto você deve
Ao perceber que está endividado, o primeiro passo é entrar em contato com a emissora do cartão para solicitar o Custo Efetivo Total (CET) da dívida. Essa informação é um direito do consumidor e a instituição financeira tem a obrigação de fornecer.
Também é importante verificar se existem outras contas em atraso. Some todas as dívidas para ter uma visão clara do total a ser pago. Isso é especialmente relevante para quem possui mais de um cartão de crédito.
Em situações de desequilíbrio financeiro, é comum utilizar o limite disponível em um cartão para quitar outro, o que cria uma falsa sensação de que a situação está sob controle.
2. Faça um raio-x da sua situação financeira
Agora que você sabe o tamanho da sua dívida, é importante entender a sua situação financeira para descobrir quanto pode separar por mês para pagar a dívida do cartão de crédito. Reserve um tempo para organizar suas finanças com calma.
Escolha um método de organização financeira que funcione para você. Você pode anotar os gastos em um caderno, utilizar uma planilha de Excel ou até mesmo um aplicativo específico para finanças pessoais. O importante é ter o controle de todos os ganhos, gastos fixos e pontuais.
Caso você ainda não tenha uma planilha de gastos, pode baixar gratuitamente em link e começar agora mesmo a organizar suas contas.
Durante esse processo, é importante fazer uma autoavaliação para entender o que causou o seu descontrole financeiro. Analise a sua fatura e identifique exatamente quando ocorreu o descuido ou descontrole. Compreender a origem da dívida é importante para evitar que o mesmo problema ocorra novamente no futuro.
3. Faça o primeiro contato com a central do cartão de crédito
Após conhecer os juros da dívida do cartão de crédito e saber quanto pode pagar por mês para quitá-la, o consumidor tem mais segurança para negociar os débitos e pode conversar com a operadora para conhecer as condições que ela oferece.
Nesse momento, é importante deixar a ansiedade de lado e ser realista. Muitas vezes, o consumidor tem pressa para pagar suas contas e acaba aceitando condições que não se enquadram em sua realidade financeira. Fique atento para evitar parcelamentos que comprometam o orçamento.
4. Avalie a proposta com cautela
Quitar uma dívida cara, como a do cartão de crédito, é uma tarefa que deve ser cumprida o mais breve possível. No entanto, é importante que a proposta seja vantajosa para o consumidor. Se o valor combinado na negociação não couber no orçamento, ele pode se complicar novamente e não conseguir sair do mau endividamento.
Portanto, pense com calma. Se a proposta não couber no seu bolso, entre em contato novamente com a operadora e renegocie a dívida do cartão.
5. Corte gastos
Se a conta não fecha no final do mês ao ponto de você não conseguir pagar a fatura do cartão de crédito, é sinal de que está gastando mais do que ganha. A solução é cortar gastos desnecessários e reduzir, ou pelo menos reavaliar, o que não pode ser eliminado.
Estabeleça um limite para alguns gastos, como compras de supermercado e lazer. Isso vai ajudar a manter o controle das finanças. Não deixe de se divertir, mas pesquise formas mais baratas e que não pesem tanto no bolso.
6. Evite novas compras parceladas
Durante esse período de controle das finanças, é importante evitar novas compras parceladas, principalmente aquelas que não são essenciais. Parcelar pode ser uma facilidade, mas é preciso ter cuidado para não perder o controle financeiro.
Antes de realizar uma compra, verifique se você realmente precisa do item ou se pode adiá-lo. Caso seja necessário, opte por parcelar apenas itens de maior valor que não oferecem desconto para pagamento à vista. Para compras menores, prefira pagar à vista ou em parcelas mais curtas.
7. Troque a dívida cara por uma mais barata
Se a proposta de negociação da operadora do cartão de crédito não for vantajosa, faça novas negociações ou procure alternativas mais baratas. É possível trocar uma dívida cara por uma mais barata, desde que seja feito um planejamento adequado. No mercado, existem opções de crédito com taxas de juros reduzidas, como o empréstimo consignado e o empréstimo com garantia, que podem ser excelentes alternativas para reduzir o custo da dívida.
Tire todas as suas dúvidas sobre dívida no cartão de crédito
Aqui estão as respostas para algumas das principais dúvidas sobre dívida no cartão de crédito:
Por que os juros do cartão de crédito são tão altos?
Os juros do cartão de crédito são altos devido ao risco de inadimplência. As instituições financeiras precisam precificar esse risco aumentando os juros cobrados.
O que é e como funciona o crédito rotativo do cartão?
O crédito rotativo ocorre quando o cliente não consegue pagar a fatura integral e acaba pagando apenas o valor mínimo. Essa linha de crédito pode ser considerada um tipo de empréstimo. No entanto, é importante destacar que o crédito rotativo possui limites e não pode ser utilizado indefinidamente. Após 30 dias, o titular do cartão precisa pagar a conta integralmente ou parcelar com juros menores.
Se eu deixar de pagar um cartão, os outros que tenho serão bloqueados?
Não. Caso você tenha vários cartões e fique negativado porque não pagou a fatura de um deles, as demais empresas não podem impedir você de usar os outros cartões. No entanto, é importante destacar que acumular dívidas pode levar a um ciclo de endividamento difícil de ser superado.
A dívida com cartão de crédito caduca?
Uma dívida no cartão de crédito pode prescrever após cinco anos, mas isso não significa que ela deixou de existir. Se após esse período você solicitar um novo empréstimo, os birôs de crédito não terão mais anotações sobre a dívida, mas ela ainda estará presente nos registros do credor. Portanto, você pode enfrentar dificuldades ao tentar obter crédito no mesmo banco ou instituição financeira.
A dívida no cartão de crédito gera cobrança judicial?
Na maioria dos casos, os bancos não entram com cobrança judicial para dívidas de cartão de crédito, pois esses valores costumam ser baixos. Geralmente, a cobrança é feita de forma extrajudicial. No entanto, é importante resolver a dívida o mais rápido possível para evitar problemas futuros.
Conclusão
Quitar a dívida do cartão de crédito é um desafio, mas com planejamento e disciplina é possível superar essa situação. É importante negociar com a operadora do cartão, cortar gastos desnecessários, evitar novas compras parceladas e buscar alternativas mais baratas de crédito. Ao adotar essas medidas, você estará dando um passo importante para recuperar sua saúde financeira e evitar o endividamento. Lembre-se de que a educação financeira é fundamental para evitar futuros problemas e tomar decisões mais conscientes em relação ao uso do cartão de crédito.
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